domingo, 13 de abril de 2008

A Escolha das Matrizes

É correta a assertiva de que 50% da carga genética de um produto advêm da mãe e outros 50% do pai. Cada criatura porta consigo, portanto 25% da carga genética de seus avós. Não se pode, no entanto saber de antemão qual a fração da carga genética de um dado avô é transferida a um determinado descendente. Vale lembrar a antiga anedota relativa ao diálogo travado entre uma formosa Miss e um escritor de renome, tão inteligente quanto feio (Mark Twain?): a Miss comentou com o escritor o fato de que um casamento dos dois poderia dar origem a um filho com a beleza dela e a inteligência dele, o que constituiria um fato notável. Ele retrucou que melhor seria não tentar, posto que poderia ser catastrófico o nascimento de um filho com a beleza dele e a inteligência dela.

Este fenômeno explica porque um determinado “padrillo” se adapta a determinada matriz e outros não. A escolha de uma matriz é uma tarefa que requer especiais cuidados, posto que um número reduzido delas é que na realidade embasam a um criatório. Para a seleção dos ventres faz-se necessário por em prática não só conhecimentos de genética, mas, sobretudo de estatística.

A seleção das éguas tem por base os resultados das suas próprias campanhas em pistas, tanto morfológicos quanto funcionais. Também o de seus produtos. Uma boa mãe se destaca por sua morfologia/funcionalidade, pelas linhagens que encerra, mas principalmente pelo sucesso de sua progênie.

Cabe considerar que uma égua que se destaca na campanha em pistas, têm postergada sua utilização como matriz, reduzindo sua campanha reprodutiva e consequentemente o número de produtos gerados. Certamente buscando minimizar este problema, a ABCCC regulamentou a prática da Transferência Embrionária.

Outro passo gigantesco propiciado pela ABCCC na busca da qualificação do criatório foi a colocação dos dados referentes aos animais que compõem seu banco de dados ao alcance dos criadores, através do meio de consulta simplificado propiciado pela Internet.

Ao que se sabe, em um grande número de criatórios as melhores mães não são como regra as de melhor morfologia e/ou função. É certo que uma matriz tem que ser correta nestes aspectos, posto que a identificação de “padrillos” para corrigir eventuais problemas das matrizes, estabelece um grau de dificuldade maior no processo. À partir deste raciocínio, justifica-se a assertiva de que as matrizes devem ser escolhidas à partir dos conhecimentos de genética e do acompanhamento estatístico dos resultados.