quarta-feira, 16 de abril de 2008

Considerações sobre a Qualificação dos Garanhões



- “O pedigree nos diz o que um cavalo deveria ser. Seu desempenho e aparência reais nos dizem o que ele parece ser. Sua progênie nos diz o que ele é na realidade”.


A adoção de “padrillos” adequados é caminho imprescindível para o sucesso do criatório. Na verdade um cavalo passa a ser “padrillo” não no momento de sua confirmação como inteiro, mas quando prova estatisticamente seu potencial de pai e avô; Ele apresentará “prepotência hereditária” quando gerar produtos de acordo com um padrão próprio, transmitir bondades herdadas de seus ancestrais e melhorar os produtos gerados pelas matrizes. Mas isto só poderá ser reconhecido quando através de resultados próprios e de seus descendentes o animal se destacar no ranking do mérito da Associação.

Importante o conhecimento de que o aporte de genes indesejáveis no banco genético de um dado criatório, devido ao uso indiscriminado de garanhões não testados exaustivamente, não são passíveis de correções à curto ou médio prazo e muito menos sem a efetivação de dispêndios elevados.

Um garanhão meramente razoável, adquirido a baixo custo ou cujas coberturas tenham preços mais acessíveis, trabalhando na cobertura de matrizes de baixa qualidade, pode gerar produtos melhores do que as mães. Neste caso não seria de todo incorreto dizer com as devidas ressalvas, que o criatório que assim está procedendo, está evoluindo na criação, posto que os produtos estariam saindo melhores do que as mães! Mas certamente neste caso, a Raça estaria andando para trás, no que se refere à sua qualificação.

A limitação do número de garanhões em atividade na Raça, medida que permitiria uma melhor e mais rápida qualificação do Criatório, não é medida passível de ser adotada posto que no caso do Cavalo Crioulo, cada Criatório busca definir seus próprios “garanhões”. Há poucos anos, visitei no Interior Paulista um Haras dedicado à criação de cavalos da Raça Brasileiro de Hipismo. O garanhão mantido pelo Haras foi adquirido na França, de forma cooperativada e atende a todos os criatórios similares da Região. A aquisição de “padrillos” para uso de seus associados, por parte da ABCCC, incrementando qualidade de coberturas a preços compatíveis, seria medida adotada em sintonia com seus propósitos.

Diante da medida adotada pelos criadores paulistas, cabe refletir se a busca da consecução do padrão definido pelo Standard da Raça é caminho aberto a todos os criadores conscientes ou se é facultado somente a poucos criatórios de melhores recursos.

Finalmente, vale sempre o criador considerar, independente da dimensão de seu criatório, a máxima adotada por criadores de cavalos na América do Norte:

- “O pedigree nos diz o que um cavalo deveria ser. Seu desempenho e aparência reais nos dizem o que ele parece ser. Sua progênie nos diz o que ele é na realidade”.